Canonizações revelam "santidade próxima do mundo atual"

O patriarca de Lisboa disse hoje que as canonizações dos papas João XXIII e João Paulo II revelam uma "santidade muito próxima do mundo atual", referindo que os dois foram pontífices na segunda metade do século XX.
Publicado a
Atualizado a

Em declarações ao jornal do Patriarcado de Lisboa, A Voz da Verdade, Manuel Clemente realçou que os dois papas estão ligados ao Concílio Vaticano II (1962-1965), João XXIII que o convocou a 25 de dezembro de 1961 e o abriu a 11 de outubro do ano seguinte, e João Paulo II que nele participou como "uma dos mais jovens bispos".

Os papas João XXIII (1881-1963) e João Paulo II (1920-2005) vão ser canonizados a 27 de abril, anunciou hoje o papa Francisco.

Karol Wojtyla foi ordenado bispo-auxiliar de Cracóvia aos 38 anos e foi nessa qualidade que participou no Concílio, tendo Manuel Clemente destacado o seu trabalho "na parte antropológica, [sobre] a reflexão do homem à luz de Deus", e citou a constituição "Gaudium et Spes".

Wojtyla, eleito papa aos 58 anos, foi investido em outubro de 1978, tendo sido o primeiro não italiano em 455 anos, e um dos mais jovens desde a eleição de Pio IX, no século XIX, faleceu em abril em 2005.

O patriarca lisboeta disse que estas canonizações "reforçam a mensagem conciliar e é um grande estímulo", salientando que se vive ainda "a fase de receção" das conclusões da mensagem do Concílio Vaticano II que "é muito cristocêntrica".

O processo de canonização exige tradicionalmente dois milagres confirmados, embora Francisco tenha aprovado a de João XXIII, baseado em apenas um. João Paulo II tinha já elevado João XXIII à categoria de beato a 03 de setembro de 2000.

João XXIII, ficou conhecido como "o papa bom", é o autor da encíclica "Pacem in terris", era natural de Sotto il Monte, na província italiana de Bérgamo, tendo sido batizado Angelo Giusepe Roncalli, morreu há 50 anos.

Francisco terá dispensado o reconhecimento de um segundo milagre para a canonização de João XXIII, também aprovada pela Congregação para as Causas dos Santos.

Os participantes no Concílio Vaticano II, em 1965, já tinham pedido a canonização do papa, que pretendiam homenagear por conduzir a Igreja para os tempos modernos.

Em 2005, durante as exéquias de João Paulo II, a multidão gritou várias vezes "Santo Subito!" ("Santo Já!"), levando o Vaticano a acelerar os procedimentos necessários à canonização, que são iniciados, normalmente, cinco anos após a morte.

O primeiro milagre atribuído a João Paulo II terá ocorrido seis meses depois da morte, quando uma freira francesa afirmou ter sido curada da doença de Parkinson, através de orações dedicadas ao papa polaco.

Karol Wojtyla foi beatificado a 01 de maio de 2011 por Bento XVI. Francisco reconheceu um segundo milagre de João Paulo II, depois do parecer favorável da Congregação para as Causas dos Santos.

Os dois papas que irão ser canonizados em abril do próximo ano, juntam-se a Pio X, canonizado em setembro de 1954, e são os três pontífices proclamados santos nos últimos 100 anos.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt